Filha!

Desde sempre um anjo
um pedaço de mim
infinitamente melhor,
infinitamente melhor
de tudo que sou!

Vejo-te crescendo
dia após dia
segundo após segundo e
tenho-te amado
cada dia mais
e cada dia
mais intensamente.

Nos teus olhos
percebo as curiosidades
todas do mundo
num piscar singelo
por tentar compreendê-las.

Nos teus carinhos
a delicadeza de princesa
e no sorriso,
lindo demais,
a declaração de amor
que jamais pensei
ouvir.

Peteca linda,
parabéns por hoje
e por sempre!

Um aniversário mais que feliz
e cheio
de coisas boas;
papai te manda um
trilhão de beijos,
um para cada sorriso teu!

Felicidade

Pensava estar sonhando, mirou o reflexo no espelho (ainda não era tão velho assim!) e contou o tempo:

- Muito tempo... 13 anos... muitos mais por viver ainda! 

Olhou-a, deitada e viu-se feliz! Sempre foram e serão muito felizes; por mais 13 e mais 13 e mais 13...

Melhor calar-se

Quando se tem pouco por dizer.

Tic Tac

Vejo o tempo passar
com os olhos de quem
sabe que o tempo
é implacável.

Sinto passar o tempo
nas coisas
que vejo e
não sei ao certo
quão certas são.

Percebo
com o passar do tempo
que o peso das coisas
aumenta
e nem sempre
são certas;
passam
apenas.

Vejo
e sinto e
percebo
que o tempo passa
e tenho deixado
poucas marcas
nos tempos que
vivo.

Partilhas

Tenho pouco por partilhar
Tenho trabalhado muito
e ganho bem
pouco.


Tenho passado tempo
demais longe
dos que me são
caros.


Parti de ilhas
solitárias pelas
partilhas que escolhi
fazer.


Não, não cobro
coisa alguma!


Isto é apenas
reflexão de
minhas opções...


... e por vezes
penso ter feito
demasiadas opções
erradas.


Não pelos meus;
(esses amo demais!)
senão por mim mesmo:


e se tivesse
feito isso?


Ou não feito
aquilo?


E se...


Chorar por ""E se(s)"
não é prá homens!


Pareço chorar
e só penso
que se...


Infâmia! 
Essa minha de querer
pensar e refletir
sobre opções 
decisões tomadas!


Parto ilhas
de solidão quando
partilho com os meus
nossos poucos instantes de
estarmos juntos
e aí, naqueles
ínfimos segundos
os tenho todos
no maior amor
do mundo!

Compra Coletiva

Aderiu aos sites todos de Compras Coletivas, seu desejo era um ataúde daqueles bem caros!


Encontrou, comprou e quando deveria receber; recebeu apenas a informação de que foram comprados muitos e que o seu chegaria em 15 meses.


Foi fácil, postergou também o uso; adiou-se!

Lagarto Recheado

Da mistura:
quanto quiser de alho poró
e mais um tanto
de cebolas bem picadinhas,
um tantico de azeitonas em rodelas,
um bom punhado de bacon,
cenoura em cubinhos,
sal e uma taça de vinho tinto seco.

Marine por 2 horas e
escorra reservando o caldo!


Com uma peça de lagarto
na panela com sal grosso e
azeite, sele-o!

No furo, feito pelo açougueiro,
coloque a mistura sem dó!

Amarre ou feche-o com palitos
ou como bem achar conveniente.

Volte o lagarto prá panela
e acrescente o caldo
da mistura.
Fogo baixo, tampado
vá virando a peça na panela.

Quando estiver macio,
coloque-o numa forma,
assadeira ou qualquer
outro nome que conheça e
despeje o caldo da panela
por sobre o lagarto.

Forno médio-baixo até
que o lagarto fique mais seco.

Sirva-se quente!

Cuidado com o aroma!

Talvez se queira comê-lo
antes de concluído!

*** Bom Apetite!

Pegadas!

Marcas os passos
com as marcas dos passos
do passado tão presente...

... no passado dos passos
marcados
as marcas profundas
do que fomos um dia
e somos ainda
hoje!

Marcas, as marcas
dos passos passados
nos momentos só nossos.

Nos teus passos
as marcas do
passado que
passam para nosso futuro.

Em nossos passos
mais dois pares
de pequenas pegadas
marcam nossas marcas de passos
passados!

Dos nossos passos
brotados dois pares mais,
pequenos, um nem 
tão pequeno mais,
nos seguem e marcam
suas marcas com passos
que não são mais 
os nossos.

Passam...
... passam os passos
marcados do nosso passado
num futuro brilhante
p´rá os nossos!

Riso da Caçula

Custou-lhe um bom tempo para aprender a fazer com que os outros rissem. Lembro-me bem da caçula, quando criança; ficava brava com as brincadeiras e como eu gostava de deixá-la brava! Depois de grande percebeu que fazer rir é muito melhor que rir-se das coisas. Ri muito com ela, hoje estou seguro de que o Céu ri muito mais feliz!


*** Tininha, toda a paz prá voce!

da Infância

Era tal qual criança: chupava mangas melando a boca toda,
devorava melancias, enchendo a boca de caroços para depois
cuspí-los todos... duma vez só... feito metralhadora... 

Ponto de Vista

Crescia como qualquer criança cresce.
Envolta nos Sim e Não. Concordava com alguns, outros não.
Era como via as coisas: nem sempre o certo é sempre certo prá sempre, nem mesmo o errado é!

Elos

Desde pouco tempo tornou-se assim: preso aos elos.
Não um elo comum, nem tão impossível assim!
Um elo: Elô!


*** em homenagem à Eloisa do Emerson! Parabéns PaiFresco

Babel II

Já não espero mais nada lá de cima...

... e deveria esperar?!

El Cielo nada!

Lucidez

Ácida luz
que da verdade emerge
sem contrastes ou falsetes
Lucidez!

Lúcido, como
nunca antes fui
ou quisera ter sido

Lúcido, tal
um peixe no aquário
transparente
visível sem
permitir ultrapassá-lo.

Lúcido, feito
gado no cercado
pressentindo a hora
por chegar..

Luzidio um
instante fugaz,
Lúcido,
um aquário imenso
gigante em verdade
sem possibilidades
de se o ultrapassar...

Lúcido,
um animal qualquer
ou criança que acaba de nascer
sem consciência das verdades todas
sem sapiência das coisas todas
ignorância completa
e vulgar, fugaz, incerta...

Difícil ser lúcido diante
do todo, de tudo
por nada

Difícil não o ser
vendo as verdades todas
encobertas por notícias fantasiosas
apocalípticas e sensacionalistas...

Lúcido,
luzidio e ignorante
ofuscado
pelas verdades emergentes
das saudades doentes
dos mendigos
descrentes
das malnascidos
inocentes, ignorantes!

Lúcido
como se estivesse
por morrer
por crescer ou
nascer de novo.

Lúcido
como quem perdeu
a razão
como ladrão a quem cortam
a mão
como aleijado que mesmo querendo
nunca pisa o chão.

Lívido
e lúcido
vívido
e quase morto...

... vivo em danças
das penas
que insistem em pousar
nas brancas folhas
d´um livro sem memórias!

Sementes

Sem entes
se mentes
o tempo todo

Só 
semente solitária
sem chances
de crescer e
ser
alguém mais
com mais
alguém.

Se mentes
não serás semente
sem entes
se mentes
pelo tempo todo.

Serás só
e sempre
sem precisar
ser precisa
na mentira
que mentes
se mentes!

Não maltrate a língua

"Fixe ter as letras no video mas o erro do "Á" com acento agudo...é bastante grave :)"

parte de um comentário deste vídeo... muito bom o vídeo quanto ao comentário: Perfeito!


As Coisas da Vida

Vivo hoje, neste exato instante
como quem está pronto prá deixar
de lado 
as coisas todas da vida...

Não que eu queira, 
em verdade
não quero...

Sinto-me pronto por pensar 
que não tenha mais 
coisa alguma por conquistar...

Tenho feito da vida
um emaranhado
de sensações
inexatas...
... enquanto que 
sentimentos exatos e profundos!

Tenho deitado as coisas
em chãos frios...
... nunca fui bom em preservar
coisas e qualquer coisa
que os valessem!

Sinto-me hoje, pronto,
sem vontade é 
verdade...

Entre o deixar de lado
e o deitar
as coisas em chão frio
não há muito que diferenciar...

Traço um rumo
seguindo o ritmo
dos traços do tempo
que nunca seriam música...
... e eu queria
muito ser músico...
... traço, no rabisco
que tenho sido;
todas as coisas
que pensei ser!

Eternas Bodas

Se não fossem 50, estavam muito próximos disso. Numa tarde, da sala ouve seu nome gritado alto por ela, corre até o corredor e a vê já inerte.

Nem sei dizer quanto tempo depois, só estou seguro de que não foi muito quando toda a familia estava junta de novo.

Como foi dito no princípio; até que a morte os separe...

... juntou-os de novo! Ele, foi  por saudades!

*** em memória de meus avós: Luiz & Emilia

Andanças

Andava pelas ruas sem saber ao certo por onde ir...

... pouco importava também; perdera-se na vida

pelos becos escuros!

Presente de Casamento

Acertaram a data bem antes do que todos pensavam;

ainda tinham muitos planos até que o presente chegasse...

... mal sabiam que seria, também, antecipado o presente!

Mudança das Coisas

Incrível como as coisas mudam rapidamente:

O cara de tiara diz para os companheiros de trabalho:

- Falou moçada!

Eram três os companheiros que ficaram ainda no plantão e o mais engraçado, ninguém de saias...

Quem é a moça da estória?!

Mais uma de TI

Cuidado! 

Antes de reportar um problema, certifique-se de que não é um "Pau no seu Usuário"!

Seiscentos!

Quando percebeu que o outro já alcançava 600, pensou:

- É mais fácil 2 de trezentos...

... porém ficou em 1 só!

Tenho culpa, eu?

Dizia o companheiro de trabalho, depois de formatar todo o processo, o fulaninho queria mudar tudo.

-E prá explicar?!

Papos Cabeças

***** forever and ever
-Que saco! Toda vez que tem alguém olhando, não consigo...
-Sou tímido... Viu?! Foi embora; eu consegui!

*****from 14´s to  30´s
- Eu vejo e você é quem fica assim?!

***** 40´s and beyond
-Tá na hora da azulzinha?!
-Que nada, quando eu não olhar mais prá você, aí sim...

Trabalho

A qualidade de trabalho alheia é inversamente proporcional a sua intenção de fazer bem feito!

Quanto mais se reza, maiores são as assombrações que incomodam.

Não adianta; se quiser bem-feito, faça voce mesmo!

Dizem

que Casamento não dura!

Mentira: é duro!!!!

Alguns acabam porque a mulher casa achando que os homens vão mudar e não mudam!

Outros porque os homens acham que as mulheres não vão mudar, mas mudam...

Transferência

- Oi, não transfere não, ela já trabalhou muito hoje!

- E daí? Ela ganha prá isso!

- Putz, então tá!

São Paulo é isso, sempre

Levantou-se, um banho rápido, não barbeou-se e estava pronto,
saiu para o trabalho, ainda cedo, um domingo; Marginal com trânsito...
... uma carreta atravessada ocupando 3 pistas da expressa...
... não tinha uma máquina fotográfica para registrar, bem feito;
será bronca na certa, pelo atraso!

o Tempo passa...

... quando me dei conta; já eram 40 anos de São Paulo.

O tempo vai passando sem que se dê conta das contas que o tempo faz!

Sangue nos Ói

De repente ficou bravo!

Mais bravo que qualquer outro! Pensava que poderia conquistar o mundo...

... tadin dele; era macheza não... pura conjuntivite!

Dúbio Sentido

- Cara, disseram que você manda bem no inglês!

Na dúvida, respondeu:
- Na Inglesa também!

Ideais de Luta

Pensou-se Guerrilheiro, Sandinista, ou do Sendero...

... pensou-se bravo e viril...  queria ser Ortodoxo,

ou rebelde missionário contra os infiéis... nada disso ou 

tudo isso junto!

De tanto querer, quando teve a chance de lutar, entregou-se sem pudores

aos caminhos da Legião Estrangeira;  não tinha nação mesmo, nem noção!

o que poderia ser Pior?!

... os crentes na Foolosophy

ou os seguidores do Raciosímio?!

Cada qual com suas escolhas!

Tabacaria - uma homenagem!

"... que sei eu do que serei..."

Hamburguesa Y Papas Asadas

Uma invenção, se bem
que nada se cria e tudo se 
pode copiar:

Cozinhar 7 batatas
grandes, descascadas
e inteiras com sal
Reservar depois de
cozidas...


La Hamburguesa
700gr de carne moída
1/2 cebola com 4 dentes
de alho
um punhado de sal e
mais um tantico de manjericão!

Num recipiente bata
os ingredientes, exceto a carne,
se preciso for adicione azeite
bata até ficar homogêneo
despeje sobre a carne e misture
muito bem.

Numa assadeira onde caibam 
as batatas cortadas ao meio, unte com óleo de soja ou azeite
disponha as batatas com o corte para cima
(já cortadas ao meio!)
cubra a superfície com azeite e orégano.

Cubra cada 1/2 batata com carne em
quantidade suficiente,
 azeite por sobre a carne e
asse em forno médio alto.

Perfil Psicológico

Depois de 2 horas conversando com o Psicólogo, deu adeus...

... era uma outra vez de uma outra oportunidade!

- Nem prá ser normal é possivel!

um Amigo - Daniel Muñoz - chileno maluko demais!!!

Síndrome

Poderia ser abstinência, mas a Síndrome da Força de Vontade deve falar mais alto!

- Chega!

Pão de Queijo Bem Facin

Também duvidei quando
vi...
... pensei que fosse
uma tremenda
enganação:

1 copo grande de polvilho doce
mais
1 copo de queijo ralado
e 1 caixinha
de creme de
leite.

Mistura tudo com um garfo
e põe para assar
em assadeira untada com
margarina.

Forno pré, médio...
... quando estiver cheirando...
... deixando a molecada
inebriada, é hora de
retirar do forno.

Bom apetite...

... a bagaia funfa mesmo!

Esfiha (receita da Vó)

Para a Massa

30gr de fermento biológico
dissolvidos numa colher
de sobremesa de açúcar
adicione uma
colher de café de sal
mais um copo de óleo - deve ser daqueles de requeijão -
junte dois copos d´água
na temperatura ambiente
e mexer bem...

... depois disso tudo
basta agregar 1kg
de farinha de trigo e sovar...
... até desgrudar das mãos!
Não descansa...
... não precisa descansar!

Do Recheio:
1/2kg de carne moída com
3 cebolas picadas, bem
picadas mesmo
1/4 de pimentão verde
também bem picado
sal
e 1 lata pequena
de extrato de tomate...
... misture bem!

A montagem:
porcionando a massa
em várias bolinhas...
... umas 40 de bom tamanho!
... não precisa untar ou enfarinhar
a mesa.

Abra a massa com
as mãos e coloque o
recheio (vai crú mesmo!), feche
em três abas e
arrume na assadeira (não precisa untar nem enfarinhar - não gruda!)
depois da assadeira cheia
pode pincelar com ovo
e açúcar ( 1 ovo com uma colher de café de açúcar bem mexidos )...

É só assar em forno
médio alto,
uns 230 graus por
20 ou 25 minutos.

Quando espalhar o perfume
pela cozinha, veja se o fundo
está dourado, se sim;
é hora de retirar e colocar outra
assadeira no forno!

Para retirar da assadeira
basta sacudir...
... se bem que as primeiras
ficarão abertas, pura falta de prática...
... aconteceu comigo também!

Pode acontecer
de a assadeira ficar  queimada,
preocupa não, deixe de molho na água
que sai facin... facin...

Cachorrada

Difícil agradar todos, principalmente sendo todos tão diferentes!
- Liga!
- Desliga!
- Liga essa coisa!
- Desliga isso!

Tanto liga/desliga por besteira; um mero ar-cãodicionado!

Por essas e outras, dizem que o cão se mete em tudo!

Trânsito

Trânsito é feito sogra: por vezes suave e delicada, noutras melhor nem falar.
Muito melhor conviver que desafiar! Sigo assim!

Pode Isso?!

Antes de nada, havia um trato bem feito! Mudaram Presidência e Diretoria...

... depois de tudo, mudaram foi o  rumo das coisas; o trato: desfeito!

Rock ´n´Roll Trinity

Lee, Lifeson and Peart!


I´ve been there! Sampa 2010

Metamorfose

Nunca antes ela imaginara que agulhas aos pés fossem melhores que nos braços!

Calçou-se das agulhas 15 e saiu, pronta para conquistar o mundo!

Epitáfio II

tu?!
tu és flor que não tem tempo
és carinho que de longe
se sabe o perfume
e desde sempre
esteve nos sonhos dos mais
loucos sonhadores perdidos
entre os poetas que
hão de vir!!!!!!
tu?!
estás acima de tempos e espaços e
não há tempo
que te diga mais que o
tempo que não passa para 
os dignos imortais!
tu?!
tu serás imortal
em breve! 
enquanto eu
preciso pensar no epitáfio
que me será escrito...

...bastará um adeus 
a Deus
pertence
o destino de quem vive
e daqueles que viveram...
...que meu epitáfio seja breve
tão breve
quanto a vida que tive... 
nasceu em...
...morreu em...
... e foi só!
e fim

Coxinha de Mandioca

Coisa de Maluco
reinventar o roda
fazer uma releitura
d´uma receita tradicional...

Fica a minha coisa de maluco
na segunda opção:

1/2 kg de mandioca descascada
1 peito de frango
Na panela de pressão, cozinhe a mandioca
e o Peito, com um pouco
de água e sal
40 até 45 minutos.

Faça um purê com a mandioca
utilizando a água do cozimento
acrescente 1 ovo, 1/2 xícara de leite
e adicione aos poucos farinha de trigo
até ficar homogêneo.
Reserve até esfriar!

Para o recheio
coloque numa panela 
o frango desfiado
um tanto de cebola picada
um tantico de manjericão
um punhadinho de sal (mas antes confira se vai mesmo precisar)
e 3 colheres de molho
de tomate - só prá dar cor! -

Cozinhe esta mistura
para secar o molho e colorir e
frango.

Deixe esfriar

Com as mãos untadas de óleo
pegue uma pequena porção de massa
abrindo-a  entre as palmas das mãos
recheie com o frango
molde a coxinha e
passe na farinha de rosca.

Frite em óleo quente.

Aproximadamente 30 unidades pequenas quase

médias.

Num Dia dos Pais, Chorei muito!

Já passados uns quatro anos talvez... Perco-me sempre no tempo!
E isso tem sido um problema, esqueço datas, aniversários e tantas coisas...

Foi num dia dos pais, na escola de meu filho: um sábado logo cedo, era bem cedinho mesmo, 7:30h da manhã. Naquela época seriam 7:30h da madrugada...

Estávamos, todos os pais presentes, com roupas leves apesar do frio.

Sentamo-nos na quadra enquanto as crianças foram levadas para outro ambiente. Havia vários cartazes enormes pendurados em varais.
Lembrei-me de que, dias antes, meu pequeno pedira para que eu me deitasse sobre um pedaço de papel pardo, daquele de embrulhos, um pouco maior que eu. Ele desenhou o meu contorno enquanto mandava abrir os braços, fechar as pernas e dando milhares de orientações.

Quando questionei por quê, disse que era uma surpresa...

Aguardei pela surpresa.

Estávamos então sentados, olhando os vários "pais" pendurados...
A Coordenadora da Educação Infantil então, orientou para que tentássemos encontrar nossa "imagem", porém não poderíamos olhar o verso que estava repleto de fotografias coladas.

Era uma confusão de pai prá cá, pai prá lá, todos procurando pelo sinal de que aquela deveria ser sua "imagem".

Enfim encontrei... Estava um pouco mais magro do que sou em verdade. Havia também um triângulo invertido no peito com um S muito grande por dentro. Emocionou-me a referência...

Assim que todos os pais encontraram suas "Imagens", a Coordenadora pediu que nos sentássemos novamente e começou a recitar o Epitáfio dos Titãs.

Lágrimas começaram a brotar... não percebi se outros pais também lacrimejavam... havia vento frio?!

Finda a recitação, ouvimos a canção e as crianças vieram ao encontro dos pais.

Cantavam:

"... la caso vai mi potegê i eu distaído..."

Chorei com o pequeno sentado ao colo!
Abracei-o como se não o visse há muito ou como se fosse deixá-lo prá sempre!

- Tá chorando, pai?! Por quê?!

- O papai está emocionado, chorando de felicidade porque te amo demais!

- Te amo também! Então vou chorar junto!

Choramos, os dois... como se fôssemos um só!

E por muito tempo, ao ouvir os primeiros acordes daquela canção as lágrimas brotavam sem aviso e sem chances de contenção!

Hoje, emociona-me ainda... e muito!

Registro Civil

2004, dezembro, deveria ser dia 8 ou 9 no máximo, por volta das10h

Na recepção da Maternidade, questiono sobre o posto de serviços que o Cartório de Registros tem ali. A moça, atenciosa até, indica o número do outro lado da rua.

Orgulhoso, pois que pai pela segunda vez e desta vez uma menina, tão sonhada e desejada, andava por nuvens, atravessando a rua como se fosse só eu que estivesse vivo alí. Alcancei o prédio, uma casa antiga, provavelmente tombada pelo patrimonio histórico, subi os 2 lances de escada até o "quarto" onde era a sala do Cartório de Registros.

Com os papéis da maternidade em mãos, questionei sobre o processo
para registro de nascimentos e a moça, esta com cara de poucos amigos, entregou-me mais um punhado de papéis por preencher.

Resignado diante de tanta falta de tato, sentei-me à carteira e comecei a preencher as fichas, com datas e nomes e mais nomes; nome de pai, mãe, avós maternos, paternos, datas e pesos e tamanhos...

Satisfeito, levantava-me para entregar os papéis prá onça do cartório, quando um homem de uns 30 e tantos anos que estava sentado 2 carteiras à direita, já tinha pedido 3 vezes por novas fichas, pedia mais um jogo. A tal da onça, se preparava para um esporro, quando se deu conta de que não estavam só os dois alí, separou mais um jogo e disse ao homem:

- Este já é o 3º jogo, vê se não erra de novo...

- A moça não pode escrever prá mim?

- Não senhor... não posso... esse não é meu trabalho.

- Se quiser, eu posso ajudá-lo... - eu disse, olhando para a onça - já mostrando chispas nos olhos! detesto que façam troças com as pessoas que sabem menos ou que tiveram menos oportunidades... fico puto!

O rapaz, agradeceu e sentou-se mais próximo. Entregou-me as fichas e os documentos da maternidade, mais os dele e os da esposa.

Comecei a preencher com as informações que os documentos entregues continham. Nomes todos; pai, mãe, declarante, avós maternos e paternos.

O rapaz, olhou a ficha e disse alguma coisa parecida com:

- Você é professor?

- Não... não sou...

- É que você escreve bem... -(imagino que ela tenha pensado que a letra fosse bonita!). - Eu tô tão nervoso, meu primeiro filho, sabe... tô tremeno... (assim mesmo...)

- Não é fácil não... já passei pelo primeiro, também... agora nasceu a menina, tá mais fácil...

- Ahhhh.. óia aqui... minhas mão... tô tremeno todo...

Pensei comigo... o quê custava essa cretina ajudar ao pobre homem... está feliz porque lhe nasceu o filho, mas pelo pouco estudo, mal sabia ler e escrever... foda-se ela, pensei!

- Qual o nome do garoto?

O pai disse, mas não me lembro mais qual é... achei bonito o nome; acho que era um nome antigo... daqueles que hà muito tempo não se ouve mais.

Conversamos um pouco mais, ele queria saber sobre várias coisas, vacinas e tudo mais... conversamos um pouco e entregamos as fichas para a onça.

No dia seguinte, fui buscar a Certidão de Nascimento da filhota, vi a onça uma vez mais, retirei a Certidão e retirei-me, ainda não acreditando na falta de tato daquela menina! Que absurdo...

Dia de alta, feliz da vida, a familia aumentada volta para casa.

Eu, puto da vida, telefonei para o cartório, reclamei da onça e contei do absurdo com o rapaz...

Não sei o que se passou com ela, nem mesmo com o rapaz (Caipira de Perto) mas de uma coisa tenho certeza:

- Essa, pelo menos, pensa mais um pouquinho antes de maltratar alguém... ou não....

Em casa, nós 4?! Vamos vivendo muito bem! Graças à Deus!

The BluesMan

Havia, não muito tempo atrás, um músico que conhecia milhares de acordes diferentes e reconhecia pelas 1as notas qual era o blues e quem o estava executando.

Contra-baixo:
"tum.. tu-tum.. tu-tu-tu-tuuuummmm..."
-Sweet Home Chicago com Lonie Brooks! Muito bom!

"tuuuuum... tu-tummmm-tuuuuum...."
-Handy Man, na voz de Alberta Hunter! Mágico

E por aí se ia, fazendo seus shows dominicais na Praça da República, na época de ouro da Feira Hyppie... todo domingo a mesma coisa e sempre os mesmos artesãos somente mudavam os turistas (pois que era um espaço característico de visitas dos gringos em Sampa - hoje bastante mudado...).

Conta o Enanito Pendejo Del Sacco Lleno, um artesão que fazia maravilhas com couro - principalmente chaveiros (como os gringos gostavam dos chaveiros de couro!), que certa feita havia um gringuinho, daqueles bem magrinhos e pequenininhos, de óculos escuros, bermudas, meias 3/4 e sapato, sem esquecer da camisa florida (todo gringo pensa que o Brasil é o Hawaí), com uma gaitinha pendurada no pescoço olhando cada barraca/stand de exposição com muita atenção, de repente parou, esticou o pescoço, olhou para o céu e aguçou a audição, tentando descobrir de onde vinha o som...
Primeiro reconheceu os acordes, sorriu ligeiramente, começou a acompanhar o ritmo com a cabeça e foi em busca da fonte de tão boa música e pensava:

- I´ve never mind that! Wow... Someone here is listen to the best music around the world! Blues is the best!

E caminhava sorrindo, seguindo o som e tamborilando os dedos magros por dentro dos bolsos da bermuda larga...

- Where´s the player? And the singer?!
Só procurava... o som parecia tão próximo e tão familiar...

- I know this song... Albert Colins  - I Ain´t Drunk. Maybe there´s a Chicago´s Band playing here... perfect execution...

Andava pela Praça toda, os artesãos tentando chamar a atenção do gringo para suas peças e tudo que ela fazia era tamborilar por dentro dos bolsos da bermuda...

Procurou em cada recanto, em cada canto da praça e nada...

Silêncio! Um silêncio sepulcral se abateu sobre o pobre gringo, não ouvia mais coisa alguma... quando de repente, um pianinho bem suave e um vozeirão inundavam aos poucos a praça...

Ele reconheceu: Leadbelly - Alberta!

Reconheceu pela melodia, mas não entendia uma só das palavras cantadas... Estranhou o fato de ter reconhecido a melodia e por incrível que possa parecer, a sonoridade das palavras era muito próxima dos nativos dos EUA...

Ouviu com atenção, porém não entendia nada! Quando percebia uma palavra em inglês, ficava feliz por ter a possibilidade de decifrá-la...

Silêncio novamente... de repente, a guitarra rasga o céu numa estrondosa desenvoltura e projeta no ar os acordes de "Memphis Slim -Sassy Mae."

Encanta-se!
- Pretty good!

Finalmente encontra a origem do som;

Um senhorzinho, por volta de seus 60 e poucos anos, sentado num banquinho veeeeeeeelho, talvez mais velho que ele mesmo, um Korg à sua frente, guitarra no "colo" e um 3em1 (para os que não sabem; um equipamento de som que dispunha de Tape-Deck, Pick-Up e Receiver AM/FM - devo ter falado grego de novo: um tocador/gravador de fitas k7, um tocador de discos de vinil e um rádio am/fm)...

Pelas caixas de som, emanava a "cozinha" do artista.

O gringuinho, educadamente esperou que o velhinho finalizasse Muddy Waters - I Be's troubled, aproximou-se e disse:

-D´Afternoon! I´ve listened to you playing and I love so much!

- ?

- Que qui esse hômi tá falano???????

- Did you understand? sorria o gringo..

O velhinho sorriu também e disse:
- Bluesman!

-Yeah! You are a great Bluesman! Do you play here every day?

- Every Mornin' - Keb Mo! E lançou os acordes...

O gringo ficou estupefato! Quase perfeito, não fosse pelo inglês incompreensível....

- Bluesman! E começou o solo de guitarra, Albert King - Bluesman

O gringo endoidou, ficava tietando o velhinho, metia a mão nos bolsos, tirava, batia com os pés no chão, tamborilava no vento....

- Toca aqui comigo, Seu Moço! disse o velhinho... o gringo não entendeu...

- Toca aqui... Letiz prai! You... Tú.... e sinalizou para que o gringo se achegasse...

O gringo entendeu e fez cara de envergonhado... mas subiu no pequeno palco improvisado...

-Joe Turner? perguntou o velhinho...
- No, Mike Mitchells!
- Conheço não! Joe Turner? Prai?
- No! I´m Mike Mitchells!
- Joe Turner - Nothin' from Nuthin' Blues ! disse o velhinho.
- Oh... I know him... and I know the song too... funny one!

Começaram a tocar, Mike-o gringo- ficou encantado com a habilidade do velhinho... Atacou a gaita com fúria e tocaram até o final, provocando aplausos das pessoas que assistiam.

- Robert Johnson - Dead Shrimp Blues! Pediu o gringo...

O velhinho rasgou a velha guitarra com toda maestria, o gringo piscava os olhos, batia na cabeça e cada vez mais se encantava, só não conseguia entender o inglês do velhinho... Continuava na gaita e cada vez mais pessoas rodeavam a tão inusitada dupla de músicos.

A caixinha de metal à frente do velhinho estava cada vez mais ocupada por notas de cruzeiros e dólares... Foi então que o gringo, num súbito de loucura, sacou US$100 e colocou na caixinha.

O velhinho, sem acreditar, olhou para o gringo e perguntou:

- Ocê é doido? 100 dóla? É dinheiro dimais...

O gringo, não se controlando mais, pegou o braço do velhinho e levantou-o em sinal de vitória, o velhinho, coitado, não entendia nada.

Houve uma explosão de palmas da platéia informal alí presente e o mais empolgado era o gringo Mike Mitchells que gritava:

- This guy is great! Could someone translate to him? Does anyone speaks English here?

- Hey sir, maybe I can help you... - disse um rapazola em roupas puídas e num forte sotaque nordestino...

- OK! Thank´s! Please, tell him that he´s a fabulous musician.

- Ei moço! O gringo tá falano qui você é muito bom!

- É mesmo?! Diz prá ele que eu gostei dimais di tocá co´ele, ele também é bão dimais!

- He said that he had a funny time playing those songs with you, and you´re good too...

- What´s your name? - falava alto e gesticulava, visivelmente emocionado por tudo que estava acontecendo...

- I´m Julio César, from Fortaleza! - disse o intérprete.

- Thank you Djulio... but, his name, I want to know...

- Ô moço! O gringo quer saber seu nome...

- Diz prá ele que é um montão de nome junto... Dizibibiquim de Oliveira da Silva Santos. O pai gostava muito de brus i mi deu esse nome...

- I understand... Dizzy BBKing Oleevera do Seelva Santous... funny name!

Tocaram juntos mais 2 músicas:
Corey Stevens Gone Too Long e
B.B. King & Eric Clapton - Three O'Clock Blues

O gringo despediu-se e voltou para os EUA, já nosso Dizibibiquim continua tocando os brus... encantando multidões...

Manifesto de um Quase BIKER

Vivi a vida toda num sonho de liberdade!

Queria, desde sempre, que os cabelos ficassem soltos e compridos e livres das amarras da vida e dos "bons-costumes". Queria-os compridos e nunca os tive assim.

As formalidades, as convenções, os tratados de Como Portar-se em Público, Como Ser um Bom Profissional e tantos outros, indicavam e ainda indicam: cabelos curtos, barba aparada, calças+sapatos+camisas de gola+gravatas e paletós!

Queria a liberdade de poder transitar por entre as faixas, mesmo onde não havia faixas!

Queria poder "montar" numa motocicleta e nela, desvendar os segredos da liberdade!

Queria isso e muito mais.

As convenções prenderam-me como amarras impossíveis, queria ser Houdini!

Talvez seja pelo desejo, sempre respeitei motociclistas e motoqueiros,  inclusive os cachorros-loucos que passam por mim.

Ainda há de chegar o dia d´eu montar numa motocicleta, deixar as convenções de lado, respirar o ar duma estrada qualquer, suspirando e transpirando liberdade... talvez alguns outros estarão comigo... talvez não.

Mas, enquanto não assumo essa faceta rebelde, Easy Rider, quase Peter Fonda, quase Marlon Brando meio James Dean, dirijo meu carro sempre com os vidros abertos (e pouco me importa se está frio, melhor se estiver!).

Há que chegar esse dia!

Por sorte, minha sogra não é Esperança, se fosse, eu não aguentaria esperar pelo dia que vai chegar!

Jardim de Todo o Mundo

*** Uma fábula dedicada aos meus filhos: Lucca e Anna Luísa.



Era uma vez Blanco um lobinho, bem lobinho mesmo, que passeava pela mata sozinho.

Gostava de correr e corria muito. Era uma brincadeira para ele fugir da mamãe e dos outros lobos da alcatéia.

Andou e correu por muitos lugares da mata sem perceber que já estava muito longe de todos.

Viu-se diante de uma praia.

Nunca antes tinha visto tanta água.

Aquilo intrigou o pequeno lobo que correu até onde chegavam as ondas, esperava que elas chegassem e corria assustado.

Ficou nessa brincadeira um bom tempo até que deixou que a água tocasse uma de suas patas. A água, apesar de fria foi um toque agradável num dia quente.

Provou um golezinho: era salgada!

Nunca tinha provado água salgada antes.

Primeiro veio a sede, procurou por água e encontrou  uma flor muito bonita, mas muito bonita mesmo.

Farejou a flor e sentiu um perfume diferente, nunca tinha sentido um perfume tão gostoso assim.

Olhou para a flor, sem saber o que fazer; o cheiro era muito bom, mas não era cheiro de “coisa de comer”...

Sentia sede e fome e a flor estava lá; linda, cheirosa e... parecia que sorria para ele!

Ele ouviu um: - Oi! Cuidado... cheire devagar senão vou ficar toda despetalada!

Blanco ficou assustado com aquela voz, olhou para a flor e disse:

- Eu não sabia que flores falavam...

- E eu nunca tinha ouvido falar de lobinhos falantes!

E os dois riram muito.

- Estou com fome! E sede! – disse Blanco

Não havia ali nada que pudesse matar a fome de Blanco,  nem sua sede.

- Como você chegou aqui? – perguntou a flor.

- Estava brincando, correndo atrás de uma borboleta azul, bem grandona. Ela voava alto e bem rápido e quando eu percebi já estava perdido. E você? Como você vive sozinha aqui? Flores não vivem num jardim?

- Nem eu mesma sei como nasci aqui. Mas nasci e cresci sozinha. Fico tão triste sozinha! Sou Rosácea e você?

- Sou Blanco! Muito prazer!

Estava escurecendo e o cansaço de tantas brincadeiras fez com que Blanco dormisse bem ao lado de Rosácea.

Rosácea, soltava um perfume mais gostoso ainda, só para fazer Blanco dormir bem tranquilo.

Quando amanheceu, Blanco reconheceu o uivo de seu irmãozão, uivou para ele de volta e então o irmãozão de Blanco correu até ele.

Quando o irmãozão viu a flor, cheirou-a também e encantou-se com o perfume. Disse então para Blanco:

- Vamos levar para a mamãe! Ela gosta muito de flores! – e preparou um bocão para arrancar a flor com talo e tudo. Não deu tempo: Blanco uivou forte e alto e disse para o irmãozão:

- Se você tocar nessa flor eu vou chorar e morder você. Ela é minha amiga e vai ficar aqui!

- Mas é para a mamãe...

- Não! Se você arrancá-la ela vai ser só da mamãe e não vai durar muito, vai morrer. Se deixá-la aí, ela pode ser de todo mundo!

O irmãozão cedeu à razão de Blanco e foram embora, não sem antes Blanco dar uma última cheirada na Rosácea, um carinho que só eles dois entendiam.

Aconteceu ali um sorriso... um só não dois!

Passou algum tempo, Blanco já não era mais um lobinho. Cresceu e tornou-se um belo lobo branco, forte, esperto, inteligente e muito bonito.

Esperava sua vez de tornar-se o chefe da alcatéia ou então formar a sua própria.

Passeava pela mata e de repente lembrou-se de Rosácea. Recostou-se sobre uma pedra grande para descansar.

Pensava muito na Rosácea: saudades ele pensou!

Levantou-se de um salto, farejou a brisa do mar que chegava de longe, de muito longe. Reconheceu o “perfume” do mar, o cheiro da água salgada.

Disparou uma carreira desabalada, correu, correu, correu tanto que chegou à praia cansado, com a língua de fora.

Blanco farejava o ar, procurando o perfume de Rosácea, mas eram tantos perfumes misturados no ar...

Andava pela praia, aproveitou até para brincar um pouco com as ondas que chegavam fracas à praia.

Lembrou-se mais uma vez de quando era pequeno e sorriu um sorriso largo e uivou bem alto!

Ouviu seu nome num sussurro:

- Blanco! Blanco!

Apurou os ouvidos, procurou pela origem do chamado.  Havia um jardim, enorme, repleto de flores e dentre elas não conseguia encontrar Rosácea.


Apertou os olhos, procurava ao longe e bem no meio daquele lindo jardim, Blanco conseguiu vê-la. Estava linda! Grande, com pétalas bem abertas, exalava um perfume maravilhoso, bem igual àquele que Blanco sentira tempos atrás.

Com muito cuidado, Blanco chegou-se até Rosácea e cheirou-a com muita delicadeza.

Rosácea retribui o carinho, exalando mais perfume ainda.

Ouviu-se um riso... um não: dois! Os velhos amigos agora riam juntos!

- Rosácea, você está linda! E me diga: como surgiu este lindo jardim?

- Você também está muito bonito, Blanco. Cresceu! Que belo lobo você é! E explicando como cresceu o meu jardim: assim como você não deixou seu irmão arrancar-me naquele dia, muitos passaram por mim e só deixaram carinhos sem arrancar-me daqui. O vento carregou meu pólen que fecundou estas areais. A cada nova florzinha que nascia, mais forte ficava meu perfume, mais feliz eu ficava. Desde o dia em que você me protegeu, começou a nascer este jardim: o meu jardim, o seu jardim. Nasceu assim: o Jardim de Todo o Mundo!

Os dois amigos riram mais e mais e numa despedida que podia ser por um segundo ou por toda vida, acarinharam-se uma vez mais, Blanco aspirando o perfume de Rosácea e ela, exalando o perfume mais gostoso do mundo.


FIM